terça-feira, 8 de outubro de 2013

Remember the monsters?– Aquele sobre o final de Dexter

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Comecei a assistir Dexter em 2009. Meu pai locou os DVDs e assistimos o piloto juntos. Instantaneamente, fui com a cara daquele moço ruivo com o instinto assassino. Vi o personagem crescer e evoluir ao longo dos anos e, há alguns domingos atrás, dia 22 de setembro, vi a série chegar ao fim.
Pra começo de conversa, nenhum series finale é alegre. Não quando realmente se gosta da série. Rola aquele sentimento de perda forte. Ainda mais quando se trata de uma série longa. Pode ser frescura minha, mas no pré-episódio eu estava sentindo dores na barriga e uma baita vontade de chorar - que veio a se tornar muitas lágrimas mais tarde.
Depois de uma longa demora pra assistir o episódio - só consegui fazê-lo às 04 da manhã do dia 23-, eu o fiz. E toda aquela minha apreensão foi justificada. Eu tenho a mania inquieta de, enquanto assisto algo no computador, ficar o tempo todo checando as redes sociais. Durante este episódio, meus dedos não chegaram nem perto do alt+tab. Eu fiquei vidrada por todos os 56 minutos, depois de o primeiro logo da Showtime até os últimos créditos.
Enquanto o episódio não saía, eu acompanhei um pouco da repercussão do episódio na internet, principalmente pelo Twitter, onde o pessoal parecia bem desapontado com o fim. Minha apreensão ficou ainda mais foda, mas tentei manter o controle e maneirar a hype ou a influência dos outros sobre mim.
Dexter Morgan podia ter sido apenas mais um psicopata. Ele podia ter nascido no sangue e lá morrido. Mas não. Ele cresce, ele evolui. E tu não apenas vê tal evolução, tu sente ela e se sente parte dela. Nós vemos um Dexter Morgan que abandona o velho jeito de ser pelo amor que ele aprende a desenvolver. Inclusive, ele fala sobre isso no penúltimo episódio: "Eu vivi na sombra por tanto tempo, até que a escuridão se tornou meu mundo. Mas com o tempo, as pessoas em minha vida acenderam uma luz. No começo eu fiquei cego, era tão brilhante. Mas com o tempo meus olhos se ajustaram e eu consegui ver. E agora o que está em foco é meu futuro. Brilhante. Mais brilhante do que nunca.". Talvez essa ideia de um futuro brilhante se perca no último episódio, mas ver que essas pessoas conseguiram afetar e fazer a diferença na vida do Dex é lindo. Ver que isso contraria a ideia que a Vogel traz a todo o momento de que ele é um psicopata e não passa disso.

O final de Dexter é triste? Sim, o final de Dexter é MUITO triste. O final de Dexter é ruim? Não, de forma alguma se pode dizer algo assim. A série tem o final que merece ter. É o final que este novo Dexter merecia ter. Não consigo pensar em outra maneira de terminar isso. Algumas pontas podem ter sido deixadas soltas, mas isso afetou o principal? Não creio. Minhas perguntas foram respondidas. Não é um filme do Nolan onde tudo tem que estar exposto, nem na vida real é assim. Fechou do jeito que tinha de fechar.
Eu acho que a cara do Dex nas cenas finais com a Deb e depois no barco valem por tudo. Michael C. Hall soube colocar a emoção necessária em cada momento. Isso conseguiu tocar e convencer daquilo que ele sentia.
Não direi que foi "bom", pois não acho que seja a palavra adequada nesse momento, tendo em vista que eu não estou feliz. Não foi um final feliz. Estou satisfeita. Foi um fim inesperado. E fechou de maneira singular uma série que eu gosto tanto.

Goodbye, Dexter Morgan.