Quando vejo aqueles casais recentes na rua, aqueles que adiam o adeus e ficam enrolando pra largar o abraço quando precisam ir embora, fico tentando lembrar quando foi a última vez que me senti daquele jeito. Sabe? Quando tu dá tchau e entra em casa com um sorriso bobo, difícil de apagar. Já nem sei mais quando foi a última vez que me peguei sorrindo sem motivo, sem precisar de explicação. E na verdade, nem sei mais se quero me sentir assim, porque sempre é igual, sempre tem um fim e nunca é como “devia” ser. Parece que falta uma parte, parece que comprei o “Pacote Felicidade” com defeito. Não posso reclamar do que eu mesma escolhi. Não posso, não devo. Não vou. Mas “cansei” já nem cabe mais. Me encontro exausta, descrente, não tenho mais vontade ou ânimo pra algo que sempre me leva pro mesmo lugar. A gente desiste depois de sempre ver a vida insistindo no mesmo erro. Quando fico pensando sobre como todos são iguais, me sinto como alguém que vai a Igreja em busca de uma salvação que fisicamente não existe. Me diz, vale a pena tanto desgaste? Só que quando assino contrato com a solidão, olho pro lado, e vejo tantas histórias, tantas coisas, tanta gente reclamando de amores e desamores, tanta gente contando seus infinitas relatos sobre tantos e tantos rolos, casos… e me pergunto: Por que não comigo? Aliás, porque SEMPRE comigo? Quem que vai enrolar na hora de largar meu abraço? Não dá pra ficar sozinha de braços abertos por tanto tempo.
Renuska Celidonio
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